Quem assiste à TV Universitária?





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A televisão universitária surgiu no Brasil em 1968 com as transmissões da TV Universitária de Recife, ligada à Universidade Federal de Pernambuco, em sinal aberto. Se hoje ela é associada aos canais a cabo, deve-se a relevância que ganhou após a promulgação, em janeiro de 1995, da Lei n° 8977. Conhecida como “Lei de TV Cabo”, em seu artigo 23, no capítulo V, delibera que as operadoras devem tornar disponíveis, dentre os canais de utilização gratuita na sua área de prestação de serviço, um canal para uso compartilhado entre as universidades. A nova legislação despertou nas Instituições de Ensino Superior (IES) o interesse pela produção televisiva, acelerando o processo e criando rapidamente várias emissoras universitárias em todo o Brasil. Iniciando suas transmissões no dia 30 de agosto de 1999, o Canal Universitário do Rio de Janeiro (UTV) procura diferenciar-se dos canais educativos – como a TV Brasil – e comerciais pela concepção de programas orientados pelo conhecimento produzido nas universidades, sobre assuntos diversos e de interesse da coletividade, atendendo à demanda do público telespectador e sua diversidade.

A universidade é um espaço democrático para a variedade de pensamentos, trocas de experiências e reflexões. A pluralidade de idéias é uma das forças que sustentam o conhecimento acadêmico. O pensamento divergente e o interesse democrático respaldam o ideário da LDB, que define as universidades como instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano. Mas, para isso, é essencial ao saber universitário a difusão de idéias e a capacidade de adaptação às mudanças. Muitos foram e ainda são os desafios das IES neste campo, onde se inclui, inegavelmente, os canais de televisão, que demandam uma profícua tensão entre a cultura e a tecnologia, e entre o saber cotidiano e o saber científico. Apesar dos esforços, ainda há uma demanda de qualidade na TV universitária, que requer o debate sobre o que é educativo e o que é entretenimento. Não somente isso, mas existe a necessidade premente de se descobrir como o público percebe os canais universitários e como vê sua programação. Entretanto, antes de compreender seu público, a TV universitária precisa descobri-lo, um caminho que vem há tempos sendo percorrido pelas televisões comerciais.

No mundo das mídias, as sociedades complexas demandam uma troca que se faz quando se consegue identificar quem é o receptor e todo o alcance que ele possui para a proliferação dos sentidos. O projeto de criação da UTV propõe em sua essência o incentivo ao debate público e democrático de questões de interesse geral, para elucidar e informar, construindo um conhecimento que se produz nas trocas com o telespectador e com a comunidade. Não se faz isso, pelo menos no mundo das mídias, sem um público. É uma ação complexa, mas que pode significar novas articulações que deem identidade aos canais universitários, criando, assim, uma audiência.

 

 

 





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