Educação de alunos com necessidades educacionais especiais: Algumas reflexões





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“A educação não é uma questão institucional. É uma questão humana. Não aprendemos pelo rigor das regras, mas por uma condição biológica. Nascemos para aprender. Restringir esse direito é violar a coerência da natureza; é tentar cercear a inteligência humana”.

 

 Compreendemos que tão importante quanto vivenciar uma pedagogia inclusiva na escola é reconhecer que inclusão não se refere tão-somente a pessoas com necessidades educacionais especiais. Refere-se, em sua essência e legitimidade, a toda a educação. Pois a educação é um direito de todos, e todos nós somos, por natureza, inacabados. Isto nos traz, inescusavelmente, sempre a necessidade de sermos incluídos em algum momento e em algum lugar. Por esta razão, é preciso compreender o quanto somos humanamente iguais por possuirmos necessidades e sonhos; e o quanto somos humanamente diferentes por possuirmos diferentes necessidades e diferentes sonhos.   

A legislação sinaliza que a educação especial está organizada para receber alunos com necessidades especiais. Então, alguém à distância poderia achar que haveria três tipos de escola: a escola regular, para alunos típicos; a escola especial, que atende pessoas com necessidades especiais; e a escola inclusiva, que atende indistintamente a todos os educandos.

Mas com um olhar mais cuidoso, ver-se-ia que as demandas da educação no mundo contemporâneo só admitem um tipo de escola: a escola inclusiva. Isto é, todas as instituições de ensino devem ter esse ideário. A escola especial é inclusiva quando prepara o aluno para o ensino regular, para a vida familiar e para a vida social. Da mesma forma, a escola regular cumpre seu papel quando atende à diversidade discente com equidade, sem preconceitos, observando as peculiaridades de cada indivíduo, buscando sua formação integral. A classificação das escolas seria apenas no que tange à modalidade e metodologia de ensino e não no que concerne à filosofia educacional ou à visão de mundo.

Embora saibamos que na educação especial há casos degenerativos muito severos, contudo, essas pessoas, ainda que impossibilitadas da inclusão física no espaço escolar, poderão ser incluídas no espaço pedagógico e afetivo, por meio da atuação de profissionais interessados e dedicados, podendo receber um acompanhamento educacional reabilitativo em seu próprio lar. São ações inclusivas além dos muros da escola.

Não há como traçar prioridades na educação especial. Mas, alguns quadros conquistaram maior respaldo educacional, como o ensino de surdos e de cegos, que possuem metodologias de ensino específicas, além do preparo profissional. Há, porém, algumas necessidades ainda bastante carentes, não só quanto à capacitação docente, mas, também, quanto à metodologia e materiais de desenvolvimento.

É evidente que a educação de alunos com necessidades educacionais especiais é um trabalho multidisciplinar que requer especialistas de diversas áreas atuando junto à escola. É bom ressaltar que a aprendizagem transcende o campo escolar, porque os mesmos mecanismos que estão presentes quando o sujeito aprende em sala de aula, estão presentes no cotidiano. É nosso papel educar para a vida e não somente para testes ou avaliações pontuais. Isso se torna mais indelével quando educamos aprendentes com necessidades especiais, uma vez que eles carecem de uma aprendizagem integradora, relacionada à vida social. 

Com efeito, a atuação docente na educação especial depara-se com as seguintes questões:

 

Como pautar a prática pedagógica diante da realidade discente?

O que é importante descobrir para poder atuar?

Como atuar diante das descobertas?

 

Decerto, o trabalho pedagógico percorrerá três etapas no processo de ensino e aprendizagem:

 Observação, na qual o professor procura conhecer seu aluno, suas necessidades e virtudes;

 Avaliação, onde busca compreender como ele se comporta diante dos instrumentos de ensino e aprendizagem, que servirão para traçar estratégias; 

 Mediação, onde o papel docente se faz prática pedagógica.

 

Vale ressaltar que essas etapas são decorrentes do processo dinâmico e continuado da aprendizagem. Buscam criar elementos para a atuação na escola e devem dialogar com os grupos sociais e com o contexto familiar do aluno. É pertinente para educação a compreensão de que os alunos são pessoas que adquirirem identidade própria. Singularidades na multiplicidade. Todos nós possuímos traços particulares que ao mesmo tempo nos distinguem e nos aproximam. São elementos da diversidade, características indissociáveis da condição humana. As nossas diferenças são as nossas semelhanças.

 





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Sandra Szekut

17/09/2012 - 00:00:00

Professor, logo logo o site da Clínica de Educação, onde trabalho estará no ar, fique atendo quero que dê uma olhadinha e quem sabe qualquer dia nos encontramos por aqui. Estou aqui colhendo algumas informações, sábado dia 22 vou fazer uma palestra sobre Inclusão e tenho um grande suporte seu. Obrigado por nós ajudar... Com Carinho Sandra Szekut



Olá Sandra, me avise quando o site estiver no ar. Sucesso sempre. É sempre um prazer falar com você. Abraço


Eliana Zluhan Bizarro

18/06/2012 - 00:00:00

Gostei muito do artigo. Aliás, gosto muito de seus livros.



Olá Eliana, obrigado pela visita ao site. Volte sempre! Que bom saber que gostou dos livros. Você é de qual cidade? Já nos encontramos em algum congresso? Um grande abraço eugenio